ESG

Sob pressão política, grandes bancos americanos abandonam aliança climática

Sob pressão política, grandes bancos americanos abandonam aliança climática
Foto de Nik na Unsplash

Fortalecimento da agenda anti-ESG nos Estados Unidos contribui para saída de bancos norte-americanos de pacto ambiental

Quatro dos maiores bancos norte-americanos – Bank of America (BofA), Citi, Goldman Sachs e Wells Fargo – anunciaram recentemente a saída da Net-Zero Banking Alliance (NZBA), a maior coalizão global de instituições financeiras comprometidas com a redução de emissões de carbono. 

A decisão ocorre em meio à crescente pressão de políticos do partido Republicano, que criticam iniciativas ligadas à transição energética, acusando-as de priorizar uma agenda progressista. Essa movimentação reflete também as tensões políticas nos Estados Unidos, especialmente após a vitória de Donald Trump, em novembro do ano passado, que intensificou a oposição às políticas climáticas e ao “capitalismo woke”.

Em comunicados, instituições como Citi e BofA sinalizaram preocupações com os impactos regulatórios e políticos associados às alianças climáticas, mas destacaram que continuarão apoiando seus clientes na transição para uma economia de baixo carbono. 

A saída da aliança é vista como um enfraquecimento do compromisso com a agenda ambiental. Até porque, como destaca o relatórioBanking on Climate Chaos”, de 2024, os seis maiores grupos financeiros dos EUA estão entre os 20 maiores financiadores globais de empresas de combustíveis fósseis.

Esse movimento se soma a outras deserções em iniciativas semelhantes, como a Net Zero Asset Managers Initiative, e evidencia o dilema do setor financeiro. A busca por uma “neutralidade estratégica” tem levado as instituições a repensarem compromissos ambientais, diante do conflito entre a urgência da ação climática e a pressão de partes contrárias à agenda ESG.

Apesar das recentes saídas, a NZBA ainda conta com 142 membros (dois deles brasileiros – Bradesco e Itaú) de 44 países, com um total de US$ 64 trilhões em ativos – sendo que 80 bancos europeus representam a maior parte desse montante.

Leia também: E se os combustíveis fósseis não fossem financiados?


Conheça a nossa plataforma de curadoria e treinamento B2B sobre impacto, ESG e regeneração

Farol da Economia Regenerativa é uma solução de curadoria de conteúdo sobre ESG, sustentabilidade, impacto e regeneração. Funciona como um programa de aprendizado contínuo e é planejado sob medida para sua equipe e organização.

O Farol oferece palestras, treinamentos, notícias, tendências, insights, coberturas internacionais e uma curadoria exclusiva para a sua organização e seu time navegarem pelos temas mais urgentes da nossa era. Conheça o Farol e entre em contato para agendarmos uma conversa.

farol da economia regenerativa

Redação A Economia B

Os conteúdos assinados por Redação A Economia B são produzidos coletivamente pelo nosso time de jornalistas. Pauta, apuração, produção e edição são parte de um esforço compartilhado para oferecer a você a melhor curadoria de conteúdo sobre ESG, sustentabilidade, impacto e regeneração.

Série Estudos B

Guia para empresas