Só em 2023, os 60 maiores bancos do mundo destinaram US$ 705 bilhões a empresas que conduzem negócios em combustíveis fósseis
A jornada em direção à descarbonização requer a colaboração de diversos setores da sociedade. Para alcançarmos níveis mais elevados de sustentabilidade, é crucial que indivíduos, governos e empresas unam esforços.
Um dos principais desafios enfrentados nesse processo continua sendo a dependência em combustíveis fósseis. E, ao que tudo indica, ele não está perto de ser superado…
Investindo no caos climático
A 15ª edição do relatório “Banking on Climate Chaos” revela que os maiores bancos do mundo concederam quase US$ 7 trilhões em financiamento para empresas de combustíveis fósseis desde a assinatura do acordo de Paris.
A imagem abaixo mostra os 12 principais bancos que financiaram combustíveis fósseis globalmente entre 2016 e 2023.
Em nota, April Merleaux, coautora do relatório e gerente de pesquisa e políticas na Rainforest Action Network (uma das ONGs que coordena o relatório) disse:
“Bancos que lucram com o caos climático inventam novas formas de fazer greenwashing a cada ano, mas temos os recibos que mostram quanto dinheiro eles investem em combustíveis fósseis.”
Quem mais bancou combustíveis fósseis em 2023
No ano passado, bancos dos EUA lideraram o financiamento para combustíveis fósseis, contribuindo com 30% do total de US$ 705 bilhões. Desse valor, US$ 347 bi beneficiaram novos projetos de exploração e produção de combustíveis fósseis.
O JP Morgan Chase foi o maior financiador individual. O banco aumentou seu financiamento de US$ 38,7 bilhões em 2022 para US$ 40,8 bilhões em 2023. Entre 2016 e 2023, o aporte total soma US$ 430,9 bilhões.
O pódio dos financiamentos a combustíveis fósseis em 2023 tem ainda o banco japonês Mizuho, que forneceu US$ 37,1 bilhões; e o Bank of America, com US$ 33,6 bilhões.
Os bancos europeus contribuíram um pouco mais de um quarto do financiamento total de combustíveis fósseis em 2023.
O Barclays foi o maior financiador de combustíveis fósseis do continente (com US$ 24,2 bilhões); o Santander foi o segundo maior da Europa (com US$ 14,5 bilhões); e o Deutsche Bank ficou em terceiro lugar (com US$ 13,4 bilhões).
Críticos apontam, porém, que a metodologia do relatório pode não oferecer uma visão completa do financiamento, já que muitas transações envolvem múltiplos bancos com exposições variadas. No entanto, de qualquer forma, os defensores da descarbonização argumentam que é crucial pressionar os bancos a direcionar seus investimentos para modelos de negócios mais sustentáveis, em linha com os objetivos do acordo de Paris.
Move the money!
Durante o ChangeNOW (principal evento de soluções para o planeta), entrevistamos Ingmar Rentzhog, CEO da plataforma de ação climática We Don’t Have Time.
O investimento em combustíveis fósseis por parte do mercado financeiro foi um dos temas da conversa. Ingmar apresentou um caminho para empresas e pessoas contribuírem para mudarmos esse rumo:
Publicaremos a entrevista na íntegra na semana que vem. Não perca!
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