Califórnia processa ExxonMobil por “mentiras” sobre reciclagem de plásticos

“A única coisa que a ExxonMobil recicla são suas mentiras”, declara procurador-geral da Califórnia

Na última segunda-feira (23), o estado da Califórnia, por meio do seu procurador-geral, Rob Bonta, abriu um processo contra a gigante do petróleo ExxonMobil alegando que, durante décadas, a empresa enganou o público sobre a efetividade da reciclagem de plásticos, ajudando a agravar a crise global de poluição plástica.

O processo, movido em São Francisco, acusa a indústria petroquímica (que é uma das maiores produtoras de substâncias sintéticas usadas para fabricar plásticos) de utilizar símbolos enganosos para promover a falsa ideia de que produtos plásticos seriam reciclados se descartados corretamente, e destaca que apenas 5% dos plásticos nos Estados Unidos são realmente reciclados.

Além disso, o texto sugere que o programa de “reciclagem avançada” da ExxonMobil foi usado como uma estratégia de marketing, uma vez que mais de 90% dos resíduos plásticos processados pela empresa teriam sido convertidos em combustível e não em novos produtos.

“A única coisa que a ExxonMobil recicla são suas mentiras, sua enganação. Ela assume várias formas, desde publieditoriais na revista Time até a ‘fraude das setas em espiral’ [referência ao símbolo da reciclagem ♻️], passando pela enganação atual da reciclagem avançada. É a mesma mentira reciclada repetidamente, dizendo que esses materiais são recicláveis e estão sendo reciclados, e eles simplesmente não estão”, acusou Bonta, em entrevista coletiva.

O que diz a empresa

A ExxonMobil negou as acusações, argumentando que as autoridades da Califórnia sabiam das falhas no sistema de reciclagem estadual. “[As autoridades do estado] falharam em agir e agora procuram culpar os outros. Em vez de nos processar, poderiam ter trabalhado conosco para resolver o problema e manter o plástico fora dos aterros sanitários”, disse a empresa, em comunicado.

O caso é visto por grupos ambientais como um marco na responsabilização corporativa por danos ao meio ambiente, podendo abrir precedentes para outras ações legais contra empresas que contribuem para a crise de poluição por plásticos.

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