Painel do Clima transforma a robusta ciência climática brasileira em informação estratégica para inspirar políticas públicas e iniciativas de adaptação em múltiplos setores
Entre os inúmeros desafios que cercam o enfrentamento às mudanças climáticas, a falta de soluções não é um deles. A ciência, os dados, as ferramentas, as tecnologias e os caminhos existem. Se as soluções não avançam na velocidade necessária, é porque, em parte, a crise climática também é uma crise de comunicação.
O Painel do Clima surge para endereçar essa questão, partindo da premissa de que a comunicação e o jornalismo são soluções climáticas. “Nosso objetivo é traduzir a ciência climática para diferentes audiências e servir de referência para políticas públicas, projetos de lei, reportagens, campanhas de advocacy e ações da iniciativa privada ligadas à adaptação climática”, explica João Guilherme Brotto, jornalista e coidealizador da iniciativa.
O AdaptaBrasil revela o contexto climático do país por município, apresenta os fatores que influenciam 548 indicadores de risco e traz mapas com cenários futuros, entre outros dados, para apoiar a gestão pública. “No Painel do Clima, interpretamos esses dados sob as lentes do jornalismo de soluções e do design para apresentá-los com uma nova linguagem, visando ampliar o alcance das informações, facilitar sua compreensão e inspirar a ação. Nossa solução foca no gargalo de comunicação que impede que essa ciência chegue aos decisores, nem sempre familiarizados com a agenda e linguagem climática”, completa.
O Painel do Clima também vai disponibilizar agentes de IA customizados para apoiar gestores públicos, jornalistas, profissionais e organizações do terceiro setor e do setor privado em suas demandas específicas. A ferramenta será capaz, por exemplo, de fornecer insumos para apoiar projetos de leis, notas técnicas, reportagens, campanhas de advocacy e relatórios de sustentabilidade.
O Painel do Clima já recebeu validações relevantes. Chegou à fase final do Codesinfo (Fundo de Inovação para o Jornalismo), programa criado pelo Projor (Instituto Para o Desenvolvimento do Jornalismo) em parceria com o Google News Initiative para apoiar projetos ligados ao uso de IA no jornalismo. Além disso, foi um dos dois únicos projetos no mundo selecionados pelo climateXchange Innovation Grant 2025 da fundação britânica Syli, que oferece recursos financeiros e um programa de mentoria para projetos inovadores ligados ao jornalismo climático.
Segundo a Syli, o apoio foi motivado pelo potencial disruptivo do Painel do Clima. “Este projeto é verdadeiramente inovador, e a equipe, com diversas perspectivas e conhecimentos, está bem posicionada para levá-lo adiante e transformá-lo em algo muito relevante. O Painel do Clima é um grande exemplo de jornalistas climáticos usando seu conhecimento e paixão para fazer algo novo e orientado para o impacto, em resposta aos desafios da mudança climática e aos atuais desafios da indústria do jornalismo”, resume a equipe da Syli, em comentário enviado à A Economia B.
A climate tech está sendo desenvolvida com um modelo de negócio híbrido. Enquanto o produto será gratuito para veículos de imprensa (com a meta de criar editorias climáticas prontas para uso em redações locais), a sustentabilidade financeira virá da comercialização de soluções customizadas para o setor público, setor privado e terceiro setor. Atualmente, o Painel do Clima está em fase de desenvolvimento do MVP. A equipe dedicada à iniciativa é composta por profissionais que combinam expertises em jornalismo, comunicação, clima, tecnologia, design e inteligência artificial.
Para garantir que a solução atenda às necessidades reais de diferentes regiões do país e para acelerar a fase de escala, o Painel do Clima busca parceiros. “Estamos focados em construir o Painel do Clima em parceria com os usuários finais para garantir que nossa solução funcione em diferentes realidades. Por isso, estamos buscando municípios e governos estaduais interessados em participar dos nossos próximos projetos piloto. Convidamos também organizações filantrópicas e empresas que queiram nos ajudar a fomentar de uma cultura climática baseada em evidências em todo o Brasil”, finaliza João.
Para saber mais, entre em contato.
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