Projeto Gaia: inteligência artificial na análise de riscos financeiros relacionados ao clima

Ferramenta de IA desenvolvida pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS) e parceiros internacionais visa facilitar a análise de divulgações corporativas relacionadas ao clima

Instituições financeiras precisam de dados acessíveis e de alta qualidade para modelar os riscos financeiros decorrentes das mudanças climáticas. Porém, a falta de padrões globais de relatórios dificulta essa missão.

Na semana passada, bancos centrais de alguns dos principais centros financeiros do mundo anunciaram que estão usando uma ferramenta de inteligência artificial para superar esse desafio.

O projeto experimental Gaia, conduzido BIS (Banco de Compensações Internacionais) – um fórum de bancos centrais –, em colaboração com o Banco da Espanha, o Bundesbank da Alemanha e o Banco Central Europeu, analisou divulgações de 187 instituições financeiras ao longo de cinco anos, examinando indicadores-chave como emissões de carbono, emissão de títulos verdes e compromissos voluntários de neutralidade de carbono.

De acordo com o comunicado oficial, a IA conseguiu superar as diferenças nas definições e estruturas de divulgação, oferecendo transparência e facilitando a comparação de indicadores sobre riscos financeiros relacionados ao clima.

“No mundo atual, orientado por dados, o desafio não é apenas reunir informações; é dar sentido a elas. O Projeto Gaia enfrenta esse desafio, transformando dados não estruturados em insights acionáveis. Ao alavancar grandes modelos de linguagem, Gaia capacita os bancos centrais a navegarem melhor nas complexidades da divulgação de sustentabilidade”, disse Joachim Nagel, Presidente do Deutsche Bundesbank, em nota.

Os bancos centrais consideram que o modelo flexível do Gaia pode ser aplicado em uma variedade de casos no setor financeiro e estão avaliando a possibilidade de disponibilizá-lo publicamente como um serviço aberto para analistas.

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