Imagem: Julia Vann/Trellis
Pressão por conformidade com padrões de sustentabilidade acelera contratações em áreas-chave e redefine estruturas corporativas
Desde 2010, uma vez a cada dois anos, o Grupo Trellis (referência global em sustentabilidade corporativa, que anteriormente se chamava GreenBiz) divulga o relatório The State of the Sustainability Profession, que analisa a evolução do papel dos líderes de sustentabilidade no ambiente empresarial.
A oitava edição, que acaba de ser lançada, entrevistou 1.185 profissionais de setores variados. Entre as principais descobertas, destacam-se:
Nos últimos dois anos, houve um aumento considerável nas regulamentações obrigatórias relacionadas à sustentabilidade nos EUA e na Europa. Essas regulamentações estão transformando a divulgação de relatórios de sustentabilidade de uma prática voluntária para uma exigência obrigatória, com mais empresas agora sendo obrigadas a divulgar seus impactos ambientais e sociais, incluindo dados de emissões do Escopo 3.
Essa crescente pressão por conformidade e divulgação precisa pode ser um dos motivos que levaram 21% das empresas a adicionarem pelo menos um profissional de sustentabilidade ao setor financeiro, e 27% dos departamentos jurídicos expandirem suas equipes para incluir especialistas em sustentabilidade.
O gráfico abaixo mostra a evolução desse indicador não apenas nos departamentos financeiro e jurídico, mas também em comunicação e marketing, compras e na cadeia de suprimentos:
Além disso, o aumento da colaboração entre áreas impulsionado pelas regulamentações ESG está levando à reorganização das estruturas de gestão.
A pesquisa revelou, por exemplo, que 14% dos diretores de sustentabilidade (CSOs) reportam diretamente ao departamento jurídico, comparados a apenas 5% há uma década, e cerca de 30% dos CSOs agora se reportam diretamente ao CEO.
No que diz respeito a tendências de gênero e diversidade, o relatório destaca que cada vez mais mulheres ocupam cargos de liderança em sustentabilidade. Em 2024, elas representam 63% dos vice-presidentes de área. Por outro lado, a profissão ainda é predominantemente ocupada por pessoas brancas.
O relatório destaca ainda que, embora o salário dos profissionais de sustentabilidade tenha aumentado gradualmente, muitas empresas ainda correm o risco de subvalorizar essas contratações. Na prática, isso significa que enquanto o vice-presidente médio de uma empresa na América do Norte recebe US$ 288.620 por ano, o salário médio de um vice-presidente de sustentabilidade é de US$ 260.000.
A Trellis avalia que isso pode ser parcialmente atribuído à idade, uma vez que três em cada quatro gerentes de sustentabilidade e um em cada três vice-presidentes de sustentabilidade têm 40 anos ou menos.
Por fim, segundo o estudo, a maioria das equipes está sendo solicitada a fazer mais com menos, com grande parte da carga de trabalho adicional decorrente dos requisitos obrigatórios de divulgação e da pressão para alinhar-se a padrões voluntários de definição de metas e divulgação.
Porém, a Trellis acredita que o aumento das exigências regulatórias pode, no futuro, automatizar o processo de relatórios e permitir que os profissionais de sustentabilidade assumam um papel de liderança na transição para uma economia verde.
→ O relatório The State of the Sustainability Profession 2024 está disponível aqui (em inglês)
Leia também: Demanda por habilidades verdes cresce, mas faltam profissionais qualificados
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