ODS

Uma camisa que desaparece para proteger o país do mesmo fim

Pequeno país da Oceania lança campanha para lutar por oportunidade no futebol e, principalmente, por sua existência

Por ser o esporte mais popular do mundo, o futebol desperta sentimentos como paixão e orgulho por parte de torcedores e jogadores ao redor do planeta. No contexto profissional, é inegável que a maioria dos atletas da modalidade sonha em representar seu país em competições internacionais, ao mesmo tempo em que os fãs se emocionam ao torcer por suas seleções nacionais.

No entanto, existe uma única nação do mundo que não tem uma seleção de futebol reconhecida internacionalmente, mas decidiu lutar por isso. Porém, o tempo joga contra esse objetivo.

Os desafios das Ilhas Marshall

Localizadas no Oceano Pacífico, as Ilhas Marshall são um pequeno país insular formado por 29 atóis e cinco ilhas principais. Com uma população de cerca de 60 mil habitantes, o país da Oceania enfrenta sérios desafios.

A maioria de suas terras está apenas dois metros acima do nível do mar, tornando o território extremamente vulnerável à elevação dos oceanos causada pelo aquecimento global. Cientistas estimam que, sem ações urgentes contra as mudanças climáticas, grandes porções das ilhas podem se tornar inabitáveis nas próximas décadas.

Para chamar atenção à dupla crise enfrentada – a falta de representatividade no futebol e o risco climático –, a Federação de Futebol das Ilhas Marshall (MISF), em parceria com a marca PlayerLayer, lançou a campanha Disappearing Jersey”.

“A partida de nossas vidas, inspirada em nossas raízes, projetada para o nosso futuro”

Criada pelo designer Matías Otero, a camisa “No-Home 2030” celebra a cultura local. 

Além da canoa tradicional, o design incorpora elementos como o tubarão-branco – símbolo de força na cultura marshallesa – e a flor plumeria, que representa a beleza natural das ilhas. O número 1,5 (referente ao limite crítico de aquecimento global) aparece em destaque, e o slogan “We deserve to thrive” (Merecemos prosperar), escrito pela poeta marshallesa Kathy Jetnil-Kijiner, serve como um grito de luta da nação contra as mudanças climáticas.

Mas o grande diferencial dessa camisa é que ela foi projetada para “desaparecer” ao longo da campanha, provocando uma reflexão sobre a possibilidade de a seleção das Ilhas Marshall não ter “um lar para representar” se ações urgentes contra as mudanças climáticas não forem tomadas.

“Em vez de lançar uma tradicional camisa de visitante, usada pelos times quando jogam fora de seu estádio, quisemos chamar a atenção para o fato de que não teremos outra opção quando nossa casa desaparecer. À medida que a camisa ‘sem lar’ desaparece, esperamos destacar a ação urgente que precisa ser tomada para que nosso país permaneça no mapa”, disse, em nota, Matt Webb, diretor de marketing da MISF.

Para conhecer melhor a campanha, assista ao vídeo abaixo (é possível ativar a legenda automática em português):

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Publicado por
Tom Schiebel

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