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União Europeia chega a acordo sobre “lei do direito ao conserto”

Nova legislação da UE busca reduzir o desperdício e pode ajudar consumidores a economizarem até 176 bilhões de euros em 15 anos

Você já teve algum eletrodoméstico ou outro produto tecnológico que estragou após pouco tempo de uso? Se sim, talvez tenha percebido que comprar um novo sairia mais barato do que consertar o “antigo”… 

Na Europa, esse problema está com os dias contados.

O Parlamento Europeu e representantes dos países da União Europeia chegaram a um acordo sobre a “lei do direito ao conserto”. O objetivo da nova regra é oferecer mecanismos para incentivar o reparo de eletrodomésticos e, consequentemente, combater o descarte prematuro – que contribui para os 35 milhões de toneladas de lixo geradas anualmente pelos europeus.

O acordo estende as garantias legais dos produtos em um ano e proíbe os fabricantes de restringir a disponibilidade de peças de reposição para os serviços de reparos. A medida vale para itens como geladeiras, máquinas de lavar, aspiradores de pó e até smartphones.

A Comissão Europeia estima que a nova regra poderá evitar a emissão de até 18 milhões de toneladas de carbono em 15 anos e levar os consumidores a economizarem até 176 bilhões de euros (o equivalente a cerca de R$ 941 bilhões). 

Após a publicação no Diário Oficial da UE, os países do bloco terão 24 meses para transformar a regra em lei nacional. A partir de então, caberá unicamente aos consumidores escolher entre o reparo e a aquisição de um novo produto, algo que os países da UE insistiram que fosse incluído na lei.

Com essa decisão, negócios como o que apresentamos a seguir podem se tornar cada vez mais comuns…

Leia também: Design Cradle to Cradle: economia circular na prática

Capacitação + sustentabilidade + inclusão: a receita do United Repair Centre

Imagem: Divulgação

Tornar o reparo de roupas a nova norma e contribuir para a inclusão de imigrantes e de outras pessoas com dificuldade de acessar o mercado de trabalho. Estes são os principais objetivos do United Repair Centre, fruto da colaboração da marca de roupas outdoor Patagonia (conhecida por ser “ativista” em questões sociais e ambientais), da empresa social Makers Unite e da Amsterdam Economic Board.

Enquanto o primeiro objetivo é alcançado por meio dos serviços de reparo de vestuário para marcas, o segundo é possível por meio de treinamentos e de oportunidades de emprego oferecidas a recém-chegados com histórico de refugiados; jovens adultos e outros grupos de profissionais excluídos do mercado de trabalho.

A United Repair Academy (que fica na sede holandesa do United Repair Centre), por exemplo, oferece um curso gratuito de seis meses para se tornar especialista em reparos de roupas. 

O treinamento, que foi desenvolvido em parceria com a escola de comércio ROC Amsterdam e a cidade de Amsterdã, tem módulos que abrangem desde medições precisas e conhecimento de tecidos até desenho de padrões e reparos complexos, com atenção especial ao desenvolvimento de habilidades linguísticas (fundamentais para os alunos que são imigrantes/refugiados).

Após a conclusão, os participantes têm a perspectiva de trabalhar no United Repair Centre e atender a marcas renomadas como Cortazu, Lululemon, Decathlon, Rapha e, claro, Patagonia.

Essa é uma daquelas iniciativas em que todo mundo sai ganhando: marcas, comunidades, indivíduos e planeta.


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Redação A Economia B

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