Cobertura internacional

Do Panamá à Tanzânia: 11 soluções para proteger a biodiversidade

Da regeneração de florestas ao uso de abelhas como sensores ambientais, iniciativas globais mostram que é possível proteger a biodiversidade e o futuro do planeta

A Terra está entrando na sexta extinção em massa, o que significa que estamos passando por um período marcado pela perda acelerada de espécies em escala global. 

Ao contrário das cinco extinções anteriores, causadas por fenômenos naturais como asteroides ou atividade vulcânica intensa, a atual tem origem nas ações humanas. Desmatamento, poluição, mudanças climáticas e exploração excessiva dos recursos naturais vêm reduzindo a biodiversidade em uma velocidade até mil vezes maior do que os processos naturais, segundo estudo publicado pela revista Nature. 

Essa perda acelerada de espécies compromete ecossistemas inteiros e ameaça a segurança alimentar global, a saúde humana e o equilíbrio climático.

Para você ter uma ideia: 

Esses exemplos mostram como a biodiversidade sustenta diretamente a agricultura, a medicina e a estabilidade dos ecossistemas dos quais dependemos todos os dias.

Além disso, a perda de biodiversidade também representa uma ameaça direta à economia, à saúde pública e ao futuro das próximas gerações.

Não por acaso, esse foi um dos principais temas do ChangeNOW 2025. O evento, realizado em Paris no fim de abril, reuniu representantes de governos, empresas, pesquisadores e ativistas para discutir soluções baseadas na natureza. Na feira de startups, 11 soluções para proteger a biodiversidade chamaram nossa atenção.

#1 Fanyatu

Foto: Laure Dns

A Bacia do Congo abriga a segunda maior floresta tropical do mundo, com 200 milhões de hectares que se espalham por seis países. Apesar de menor em tamanho, atualmente, ela absorve mais carbono do que a Amazônia, sendo considerada o maior sumidouro de CO2 do mundo. Além disso, abriga 10 mil espécies de plantas tropicais (sendo 30% endêmicas) e, só na última década, 742 novas espécies de animais e plantas foram descobertas, de acordo com um relatório da WWF.

Mas essa riqueza natural está ameaçada… 

Segundo dados do Global Forest Watch Contra desertificação e crise climática apresentados nesta reportagem do ((o))eco, a região perde cerca de 500 mil hectares de floresta por ano. Isso equivale a mais de 700 mil campos de futebol – cerca de 80 campos desmatados a cada hora.

O avanço da degradação do solo, da pobreza e da insegurança alimentar tem empurrado comunidades inteiras para práticas como a agricultura de corte e queima, que agravam o ciclo de destruição ambiental.

Diante desse cenário, a ONG Fanyatu propõe uma solução enraizada na natureza – e nas pessoas. Atuando na República Democrática do Congo e em Burundi, a organização transforma áreas degradadas em ecossistemas produtivos por meio de práticas de permacultura e reflorestamento comunitário.

Desde sua criação, a Fanyatu já plantou mais de dois milhões de árvores e mobilizou mais de 300 mil famílias. Seu modelo de ação combina três frentes principais:

  • Capacitação em permacultura regenerativa: moradores participam de formações práticas sobre como criar sistemas agrícolas autossuficientes, de alta produtividade e baixo impacto ambiental. A ideia é reduzir a necessidade de derrubar florestas para produzir alimentos ou gerar energia.
  • Criação de viveiros comunitários: após os treinamentos, os participantes recebem mudas para começar seus próprios sistemas agroflorestais. Metade das mudas são espécies florestais e adubadeiras; a outra metade são árvores com valor econômico, como frutíferas, aromáticas, medicinais e de uso na construção civil.
  • Reflorestamento em larga escala: a Fanyatu também atua em projetos de reflorestamento em milhares de hectares, usando técnicas de semeadura direta desenvolvidas em parceria com a organização Graine de Vie. As comunidades são remuneradas pelas atividades, criando uma fonte de renda atrelada à regeneração.

Além de reduzir a pressão sobre as florestas, as soluções oferecidas promovem autonomia alimentar e energética. Um exemplo é o uso de biodigestores e fornos solares, que substituem o carvão vegetal e evitam a emissão de gases tóxicos.

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Sistemas agroflorestais: símbolos de uma economia resiliente, inovadora e regenerativa

#2 Green Sanctuaries

Foto:Laure Dns

Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), as florestas abrigam 80% das espécies de anfíbios, 75% das aves e 68% dos mamíferos do planeta, e são essenciais para o equilíbrio climático global. Porém, muitas áreas críticas permanecem vulneráveis por estarem em terras privadas, fora de sistemas oficiais de proteção.

Criada em 2022, a Green Sanctuaries atua na proteção de florestas que cientistas identificam como críticas para a biodiversidade – áreas ricas em espécies endêmicas, corredores ecológicos ou ecossistemas ameaçados de extinção.

Com projetos ativos no Equador, Zimbábue, Camarões, França e Guiana Francesa, a Green Sanctuaries combina proteção legal, pesquisa científica, educação ambiental, conectividade ecológica (estudo do movimento de espécies para criar corredores entre fragmentos florestais) e desenvolvimento sustentável.

Um exemplo concreto é o projeto Tenka, no Equador.

Foto: Divulgação Green Sanctuaries

Na região do Chocó Equatoriano – um dos hotspots de biodiversidade mais importantes do planeta – vastas florestas têm sido destruídas para dar lugar a pastagens e monoculturas de exportação. Restam poucos fragmentos florestais intactos, e a pressão por desmatamento é intensa.

A Green Sanctuaries identificou um dos últimos blocos contínuos de floresta primária da região, com 350 hectares. Diante da ameaça iminente, iniciou a aquisição progressiva das parcelas para garantir a proteção definitiva do território. Até agora, 85 hectares já foram salvos, mas a meta é assegurar toda a área, porque, como alerta a organização, “cada terreno vendido na região é imediatamente desmatado”.

Além de conservar um ecossistema raro, o projeto visa reconectar duas reservas biológicas próximas, criando um corredor ecológico essencial para espécies endêmicas e migratórias.

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#3 Justdiggit

Foto: Antoine MARCEAU

A Justdiggit trabalha para reverter a degradação das terras na África Subsaariana, onde o aquecimento global, a erosão do solo e o desmatamento ameaçam ecossistemas e comunidades locais. A organização aposta em soluções baseadas na natureza aliadas à mobilização comunitária e ao poder da comunicação para restaurar paisagens e gerar impacto em larga escala.

Sua abordagem combina três pilares principais:

  • Técnicas simples e acessíveis de restauração, como escavação de bacias que retêm água da chuva, reflorestamento com árvores nativas (treecovery), cobertura do solo e agricultura regenerativa;
  • Capacitação e engajamento direto de agricultores locais, que aprendem a aplicar essas soluções em suas próprias terras, recuperando a produtividade do solo e garantindo segurança alimentar;
  • Campanhas de comunicação que transformam projetos de restauração em movimentos populares. Por meio da campanha “Dig in!”, por exemplo, a Justdiggit convidou as pessoas a “cavar digitalmente” em áreas reais de restauração, financiando projetos pelo celular.

Case

Em 2021, a Justdiggit iniciou um trabalho em Singida, na Tanzânia.

A área era descrita pelos agricultores mais velhos como verde e fértil no passado, mas décadas de desmatamento, degradação do solo e mudanças climáticas a transformaram em terra árida onde os cultivos mal sobrevivem.

A Justdiggit aplicou ali duas técnicas principais: a primeira é o Kisiki Hai (“toco vivo”, em suaíli), uma forma de regeneração natural gerenciada por agricultores que reativa tocos de árvores “esquecidos” no solo. É mais eficaz que plantar árvores novas, porque usa sistemas radiculares já estabelecidos. A segunda são as técnicas Fanya Juu e Fanya Chini, que envolvem escavar trincheiras ao longo de contornos para capturar água da chuva e prevenir erosão.

Com isso, mais de 2,3 milhões de árvores regeneradas, 500 milhões de litros de água retidos em 2024, e mais de 56km de contornos escavados pelos próprios agricultores. Para alcançar esse impacto, a organização treinou 800 agricultores, que levaram o conhecimento a quase 200 aldeias da região.

Mas, talvez, o grande diferencial esteja na comunicação. A Justdiggit criou uma “caravana de cinema itinerante” que percorre as aldeias com um dia inteiro de teatro, música, dança e performances sobre restauração, culminando na exibição de um filme rodado inteiramente na Tanzânia Central. Além disso, desenvolveu um serviço de SMS que envia dicas semanais sobre as técnicas para agricultores inscritos, expandindo o alcance sem necessidade de visitas físicas.

Com equipes em Amsterdã (Holanda), Arusha (Tanzânia), Nairóbi (Quênia) e colaboradores ao redor do mundo, a Justdiggit já regenerou cerca de 475 mil hectares e plantou mais de 23 milhões de árvores. 

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#4 Planet Wild

Foto: Antoine MARCEAU

A Planet Wild acredita no poder do storytelling como ferramenta para a proteção da natureza e atua conectando pessoas e empresas à regeneração do planeta por meio de um crowdfunding mensal de projetos documentados em vídeos profissionais.

A organização funciona como uma espécie de “Netflix da conservação”. Todo mês, a equipe identifica um projeto de restauração ambiental em qualquer lugar do mundo, viaja até lá para financiá-lo com recursos da comunidade e documenta todo o processo em vídeos.

O modelo é transparente e participativo: membros votam em quais das quatro áreas querem focar (florestas, oceanos, animais ou conscientização), 85% dos recursos vão diretamente para os projetos, e todos recebem relatórios mensais detalhados sobre o impacto de suas contribuições. No aplicativo da Planet Wild, apoiadores coletam “badges” digitais únicos para cada missão financiada.

A iniciativa mais recente foi realizada em Kukës, no norte da Albânia. Lá, os rios Drin Negro (vindo da Macedônia do Norte) e Drin Branco (do Kosovo) se encontram e formam um dos principais fluxos que alimentam o Mar Adriático, braço do Mediterrâneo. Sem sistemas adequados de gestão de resíduos, toneladas de plástico se acumulam atrás de uma barragem local – ponto crítico onde a Planet Wild e sua parceira Everwave decidiram agir.

A ação contou com investimento de €100 mil da comunidade Planet Wild e teve dois focos principais:

  • A remoção ativa do lixo dos rios, com o uso de uma embarcação adaptada que coleta plásticos flutuantes;
  • A criação de uma usina de reciclagem, montada em uma antiga fábrica soviética abandonada, que agora processa 25 toneladas de plástico por mês.

Além de evitar que os resíduos cheguem ao mar, a missão também promove geração de renda local e cria um modelo replicável de gestão descentralizada de resíduos em áreas vulneráveis – com transparência, rastreabilidade e comunicação acessível a todos os apoiadores.

Assista ao vídeo abaixo para saber mais (é possível ativar legendas automáticas em português):

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#5 théra

Foto: Laure Dns

No sudoeste da França, um centro experimental está testando, na prática, como regenerar terras e fortalecer comunidades ao mesmo tempo.

O théra desenvolve soluções territoriais com base em pesquisa aplicada, engajamento local e inovação ecológica. Em parceria com mais de 30 organizações, o projeto busca criar um modelo escalável de regeneração bioregional – uma abordagem que trabalha com os ecossistemas naturais de uma região específica, integrando biodiversidade, uso da terra e resiliência comunitária.

O centro funciona como um laboratório de sustentabilidade, unindo teoria e prática para promover a agricultura regenerativa, energias renováveis e revitalização social e ecológica. Além disso, desenvolve projetos que incentivam o engajamento comunitário e a adoção de práticas sustentáveis, expandindo seu impacto localmente e internacionalmente.

A iniciativa também funciona como um venture studio que apoia empresas com propósito regenerativo, promovendo um equilíbrio entre lucro e impacto positivo na economia e na sociedade. Para fortalecer a troca de conhecimento e a colaboração, o centro organiza seminários, retiros e conferências, além de eventos culturais e experiências de ecoturismo, que conectam inovação e sustentabilidade.

Suas áreas de atuação abrangem agricultura sustentável, governança participativa, energias renováveis, economia justa, saúde integrada e educação ambiental.

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#6 BeeOdiversity

Foto: Laure Dns

Aqui vai uma curiosidade: abelhas voam até 5 quilômetros ao redor de suas colmeias coletando néctar e pólen. É muita coisa pra um bichinho tão pequeno, não? E aí que, durante esse processo natural, elas capturam microorganismos, produtos químicos e partículas suspensas no ar que aderem ao seu corpo.

Inspirando-se nesse comportamento, a BeeOdiversity desenvolveu uma tecnologia para transformar abelhas em “drones naturais” de monitoramento ambiental.

O sistema desenvolvido pelo Dr. Bach Kim Nguyen (especialista em declínio das abelhas) coleta pequenas amostras de pólen das abelhas operárias quando retornam à colmeia – o suficiente para pesquisa, mas sem prejudicar a nutrição das abelhas. Usando análises laboratoriais e modelos de IA, a BeeOdiversity consegue identificar mais de 500 pesticidas e metais pesados, além de mapear as plantas da região.

A inteligência artificial e as imagens de satélite entram para ampliar o alcance: por meio da plataforma BeeOimpact, desenvolvida em parceria com Microsoft e Accenture, a empresa usa machine learning para extrapolar os dados coletados pelas abelhas para áreas muito maiores, identificando zonas com altas concentrações de pesticidas a custos menores.

Na prática

Foto: Divulgação BeeOdiversity

Há seis anos a BeeOdiversity desenvolve um projeto integrado de monitoramento e regeneração em Knokke-Heist, na Bélgica. 

Os dados das abelhas identificaram fontes específicas de metais pesados (cromo, arsênio, chumbo e zinco), permitindo à cidade trabalhar com o porto local para reduzir emissões. O monitoramento também mostrou queda significativa de pesticidas: de cinco locais estudados, três tiveram redução e dois se tornaram “zonas zero pesticida”.

Paralelamente, o projeto envolveu mais de 600 cidadãos na criação de 15 jardins para abelhas, plantio de prados de flores selvagens e desenvolvimento de circuitos cicloturísticos educativos. 

Hoje, a BeeOdiversity atua em 20 países, com clientes que vão de empresas de água mineral a companhias industriais que usam as abelhas para monitorar o cumprimento de regulamentações ambientais e proteger solos e biodiversidade.

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#7 Forests to Fortune

Foto: Laure Dns

Florestas tropicais podem ser restauradas e, ao mesmo tempo, gerar retorno climático, social e financeiro. Essa é a proposta da Forests to Fortune.

A organização atua na transformação de terras degradadas em florestas biodiversas permanentes, que capturam carbono, restauram ecossistemas e oferecem retorno de longo prazo para investidores. A ideia é criar ativos naturais vivos que geram valor sem destruir.

Com foco inicial no Panamá, a Forests to Fortune desenvolve projetos de reflorestamento de alta diversidade, com espécies nativas tropicais selecionadas por seu valor ecológico e potencial de mercado. As florestas são manejadas com princípios regenerativos, sem corte raso ou práticas extrativas intensivas, e seguem um modelo de preservação produtiva. Ou seja, as árvores crescem, capturam CO₂, enriquecem o solo e formam um legado ambiental.

Investidores tornam-se coproprietários dessas florestas, recebendo créditos de carbono certificados e retorno financeiro vinculado ao crescimento dos ativos naturais. Cada projeto é desenvolvido em parceria com engenheiros florestais, comunidades locais e pesquisadores.

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#8 Green Belt Ecosystems

Foto: @HERMESBRASSEUR

Na Irlanda, plantar uma floresta não é apenas um ato simbólico de amor à natureza, pode ser um investimento real no futuro do território. E é disso que trata o trabalho da Green Belt Ecosystems.

Fundada há mais de 40 anos, a iniciativa já ajudou a plantar mais de 500 milhões de árvores em terras privadas por todo o país, apoiando agricultores e proprietários na criação de florestas nativas e produtivas. O princípio é simples: reflorestar com as espécies certas, no lugar certo e pelos motivos certos, gerando benefícios ambientais, sociais e financeiros duradouros.

Ao decidir reflorestar sua terra, o proprietário mantém a posse integral do terreno e das árvores, e ainda recebe subsídios anuais por até 20 anos, que podem chegar a €1.100 por hectare, dependendo da espécie plantada. O custo inicial da implantação também é coberto integralmente por um programa nacional de reflorestamento.

O que torna o modelo especial é o acompanhamento técnico ao longo de todo o ciclo de vida da floresta. Desde o projeto até o manejo contínuo, a equipe da Green Belt oferece suporte personalizado, adaptando o reflorestamento aos objetivos de cada proprietário – sejam eles financeiros, ecológicos, recreativos ou comunitários.

Cada nova floresta agrega valor ambiental ao território – captura carbono, protege o solo, regula o ciclo da água e cria habitats para a biodiversidade –, mas também transforma a paisagem humana, fortalecendo economias rurais, conectando vizinhanças e reativando a cultura do cuidado com a terra.

Foto: Divulgação Green Belt Ecosystems

Na prática, o que a Green Belt Ecosystems promove, além da expansão verde da Irlanda, é o enraizamento de uma cultura regenerativa que envolve o Estado, os cidadãos e o próprio solo.

Vale a pena conhecer um pouco mais dessa história, assistindo este vídeo (é possível habilitar legendas em português):

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#9 The Generation Forest

No Panamá, uma cooperativa está criando florestas que nunca serão totalmente cortadas. A The Generation Forest planta “florestas geracionais”, ecossistemas permanentes que podem gerar renda por meio de cortes seletivos por décadas, sem nunca serem devastadas.

O modelo funciona assim: membros da cooperativa compram cotas florestais (500 m² por cota), financiando a compra de terras degradadas e seu reflorestamento. Após 12 anos, começam os primeiros cortes seletivos – apenas árvores individuais são removidas, nunca a floresta inteira. As lacunas são replantadas ou regeneram naturalmente. A venda da madeira gera dividendos para os cooperados e, simultaneamente, cada cota remove uma tonelada de CO₂ por ano.

Projeto Colón

Foto: Divulgação The Generation Forest

Esse trabalho teve início em 2019, na região montanhosa de Sierra Llorona. Com 147 hectares, a área está criando um corredor verde entre os parques nacionais de Chagres e Soberanía, bem na bacia hidrográfica do Canal do Panamá. Isso significa que as florestas não apenas capturam carbono, mas também protegem as águas de uma das vias navegáveis mais importantes do mundo.

O projeto Colón tem três fazendas (Gatun 1, Gatun 2 e La Conexión) que já estão 100% reflorestadas com espécies nativas como mogno, jacarandá e cedro espanhol.

Com mais de 7.900 membros, a cooperativa já reflorestou mais de 1.200 hectares com mais de um milhão de árvores. 

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#10 OpenForests / explorer.land

Foto: Laure Dns

Projetos de regeneração ganham mais força quando são vistos, compreendidos e apoiados. A plataforma explorer.land, desenvolvida pela OpenForests, nasceu com esse objetivo.

A ferramenta utiliza mapas interativos e narrativas visuais para dar visibilidade a projetos ambientais – como restauração de paisagens, conservação costeira, agricultura regenerativa e outras soluções baseadas na natureza. Organizações e comunidades locais usam a plataforma para mostrar, monitorar e comunicar suas ações de forma transparente e acessível.

Além disso, o explorer.land conecta projetos a financiadores, investidores e apoiadores, facilitando o acesso a dados atualizados sobre o progresso das ações, indicadores de impacto e governança das iniciativas.

Case

A Callirius, empresa suíça que financia projetos climáticos de alta integridade, utiliza o explorer.land para compartilhar dados de campo, imagens geolocalizadas e trilhas de auditoria dos projetos que apoia. Essa integração permite que qualquer pessoa acompanhe a evolução dos projetos, as áreas restauradas e os impactos gerados em tempo real.

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#11 Horizom

Foto: Laure Dns

E se o futuro da energia, da construção e da regeneração do solo estivesse enraizado em uma planta só? Para a Horizom, essa planta é o bambu.

Com crescimento ultrarrápido, alta capacidade de captura de CO₂ e múltiplos usos industriais, o bambu é uma alternativa natural aos combustíveis fósseis e aos materiais de alto impacto ambiental. Suas raízes profundas evitam a erosão, restauram a fertilidade da terra e favorecem o ciclo da água, sem exigir replantio anual.

A Horizom atua em parceria com agricultores da América Latina, África e Sudeste Asiático, transformando áreas degradadas em plantações de bambu manejadas de forma regenerativa, que produzem sem esgotar, capturam carbono em vez de emitir e fortalecem a natureza em vez de substituí-la. 

Além do cultivo, a Horizom acompanha os agricultores do planejamento da plantação ao aproveitamento comercial da biomassa. A empresa conecta os produtores a mercados em expansão, como os de biomateriais, bioenergia e bioquímica, valorizando a produção regenerativa e promovendo impacto econômico real.

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Redação A Economia B

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