Entenda o que as empresas B brasileiras consideradas melhores para o mundo no quesito Comunidade fazem para serem agentes de transformação nas comunidades em que atuam
Anualmente, o B Lab, ONG responsável pela certificação das empresas B, divulga a lista Best for The World, que reconhece as melhores empresas para o mundo nas cinco áreas que são analisadas no processo de certificação:
O Best For The World considera as empresas certificadas que estão entre as 5% com as melhores notas no B Impact Assessment (BIA), ferramenta que traz o questionário que é o primeiro passo do processo de certificação.
Atualmente, o Brasil conta com uma rede de mais de 230 empresas B certificadas. Destas, 54 (23%) estão na lista de melhores para o mundo este ano – um aumento de 38% em relação à lista do ano passado.
“O crescimento da participação brasileira na lista atesta que temos no país empresas verdadeiramente comprometidas com a promoção de uma economia sustentável e com o impacto positivo de seus negócios na sociedade e no meio ambiente”, disse Rodrigo Santini, Diretor Executivo do Sistema B Brasil, em nota.
Pensando em compartilhar as melhores práticas dessas empresas, iniciamos hoje uma série de artigos para destacar algumas das iniciativas que as ajudaram a assegurar suas vagas.
É assim que o B Lab descreve as empresas B consideradas “melhores para o mundo” na categoria Comunidade.
Além disso, em nota, a ONG explica que as empresas melhor ranqueadas nesta dimensão têm esforços claros voltados a contribuir para o bem-estar econômico e social das comunidades em que atuam.
Neste ano, sete empresas brasileiras estão na lista de melhores para o mundo na categoria Comunidade. São elas:
Essa é a terceira vez que a Editora MOL entra para a lista de Melhores Para o Mundo na categoria Comunidade. Os reconhecimentos anteriores vieram em 2021, 2019 e 2018.
A Editora MOL é a maior editora de impacto social do mundo. Por meio de um modelo de negócio inovador, a empresa já arrecadou mais de R$ 48 milhões para organizações da sociedade civil.
Rodrigo Pipponzi, Co-CEO da empresa, falou com a nossa equipe há pouco tempo. Na entrevista, ele disse: “Os negócios detêm o capital e o capital detém a transformação. Estamos caminhando para um lugar de realmente entender que as empresas têm mais do que um poder, têm uma responsabilidade de olhar para a sociedade. A gente não vai mais poder admitir negócios que não gerem impacto social”.
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A eureciclo é uma empresa de tecnologia que tem a missão de elevar as taxas de reciclagem e criar impacto ESG através da certificação de logística reversa de embalagens pós-consumo. Para isso, conecta empresas que comercializam produtos em embalagens e cooperativas e operadores de reciclagem que triam os resíduos e destinam para a reciclagem.
Desde 2017, a eureciclo já repassou mais de R$22 milhões para cooperativas e operadores. Além disso, já garantiu a reciclagem de mais de 421 mil toneladas de resíduos pós-consumo.
No artigo em que contamos a história do Juçaí, uma empresa B que nasceu com o objetivo de proteger uma planta nativa da Mata Atlântica, falamos um pouco sobre como o trabalho da eureciclo funciona.
Desde que se tornou uma empresa B (em 2014), o Grupo Gaia já figurou na lista de melhores para o mundo sete vezes. Este é o quarto ano em que o B Lab reconhece o trabalho da empresa na categoria Comunidade.
Uma das iniciativas que contribui para esse reconhecimento é a ONG Gaia+.
Em seis anos, a ONG que faz parte do guarda-chuva do Grupo Gaia, já beneficiou mais de 11 mil pessoas em projetos de educação socioemocional.
Em entrevista ao nosso time, João Paulo Pacífico, o CEO ativista do Grupo Gaia falou sobre o que move o trabalho da empresa que lidera e deixou um recado:
“Temos que deixar de ser rasos e buscar entender qual é o impacto do negócio no planeta. Se você entendeu que se adequar à Agenda 2030 é uma necessidade, estude, vá atrás de especialistas e traga para a empresa pessoas com experiência nessas pautas para comprar aprendizado e implementar mudanças mais rapidamente. Por fim, não dá pra fazer por marketing, é preciso fazer por um desejo genuíno de causar impacto. Se fizer errado, pode causar danos à imagem da empresa”.
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O Movimento #euvistoobem nasceu para ressignificar a indústria têxtil e toda a cadeia de produtos que ela movimenta.
Na prática, além de produzir roupas e artigos têxteis a partir de rejeitos de tecidos, esta empresa B certificada desde 2020 conta somente com mão de obra de mulheres encarceradas no sistema prisional ou em situação de vulnerabilidade social.
“A cada três dias que uma detenta trabalha, é um dia a menos de sua detenção. Com o trabalho que elas exercem para nós, em troca, elas recebem uma renda que permite que continuem sustentando suas famílias, invistam em sua poupança e comprem itens básicos de higiene. Além da renda, elas recebem um kit higiene, têm acesso a terapias, palestras… E ao ganhar liberdade, são contratadas CLT por nós ou indicadas a um parceiro! Portanto, elas recebem uma segunda chance!
Essa geração de renda diminui em 87% a taxa de reincidência ao crime. Além disso, ajuda na alimentação e educação dos filhos de nossas colaboradoras enquanto ainda estão encarceradas”.
Mais de 300 mulheres da comunidade em que o movimento atua já tiveram sua vida impactada.
Empresa B certificada desde 2016, a Papel Semente produz papel artesanal, ecológico e reciclado que recebe sementes de flores, hortaliças e temperos durante seu processo de fabricação.
Reconhecida como melhor para o mundo na categoria Comunidade pela quinta vez, 90% dos colaboradores da Papel Semente residem na comunidade da sede da organização – Guaxindiba, São Gonçalo (RJ).
Além disso, a empresa é parceira da Recooperar, cooperativa de catadores de material reciclável, que faz parte da ONG Guardiões do Mar. Ou seja, a coleta da matéria-prima da empresa é feita pelos catadores da cooperativa. Dessa forma, além de apoiar a geração de renda e trabalho para muitos catadores, a empresa colabora para a limpeza e preservação das praias, rios e lagoas das cidades de São Gonçalo e Niterói, no Rio de Janeiro.
A SITAWI Finanças do Bem é uma organização social de interesse público (OSCIP) que desenvolve soluções financeiras para impacto socioambiental positivo.
Fundada em 2008, a SITAWI já ultrapassou a marca de R$300 milhões mobilizados para impacto socioambiental positivo, apoiando mais de duas mil iniciativas e beneficiando mais de 12 milhões de pessoas por todo o Brasil.
Além disso, a SITAWI mobiliza o capital em prol do impacto socioambiental positivo ao auxiliar diferentes atores do mercado financeiro – como bancos, gestoras de ativos e seguradoras – a incorporar critérios sociais, ambientais e de governança em seu processo decisório de investimentos. E ainda, a empresa coordena programas territoriais que atuam de forma coordenada para alcançar um objetivo socioambiental comum.
Única representante da região norte do país – com sede em Tocantinópolis (TO) –, a Tobasa é pioneira no desenvolvimento de tecnologias e processos para o extrativismo florestal e o aproveitamento integral do coco de babaçu.
Reconhecida como melhor para o mundo na categoria Comunidade pela terceira vez, a empresa B certificada desde 2017 tem diversas iniciativas que atestam sua preocupação com a comunidade em que atua.
Dentre elas, estão, por exemplo:
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