Alinhada ao Art. 6.4 do Acordo de Paris, carta prioriza descarbonização, transparência e portfólio de redução/remoção de emissões e já conta com 17 corporações signatárias
Durante o ChangeNOW, evento que A Economia B cobriu em Paris entre os dias 24 e 26 de abril, o governo da França apresentou a “Carta para o Uso de Créditos de Carbono Alinhados a Paris e de Alta Integridade”, estabelecendo um novo padrão global para o uso responsável desses instrumentos no setor corporativo.
A iniciativa está alinhada ao Artigo 6.4 do Acordo de Paris, que define regras para a criação de um mercado internacional de carbono transparente, confiável e com alto nível de integridade. Empresas como Schneider Electric, Capgemini, Beko e FDJ United já aderiram ao compromisso.
Apresentada por Agnès Pannier-Runacher, ministra da Transição Ecológica, Biodiversidade, Florestas, Mar e Pescas, a carta reforça que os créditos devem ser usados como complemento a estratégias validadas de descarbonização, e não como substitutos.
O documento destaca dois compromissos centrais:
- Priorizar a redução real de emissões por meio de um caminho Net Zero validado globalmente, com verificação independente, relatórios abrangentes em todos os três escopos de emissões (1, 2 e 3) e planos de transição com prazos determinados;
- Utilizar apenas créditos de carbono de alta integridade, aprovados por mecanismos como o Conselho de Integridade para o Mercado Voluntário de Carbono (ICVCM).
A carta também defende uma abordagem de portfólio equilibrado entre créditos de redução e de remoção de emissões, ressaltando que ambos são essenciais para limitar o aquecimento global a 1,5°C.
Segundo o governo francês, o novo mecanismo também garantirá financiamento para medidas de adaptação em países em desenvolvimento e pequenos estados insulares vulneráveis.
Projetos de remoção de carbono, como a restauração de manguezais na Índia promovida pela EcoAct, foram apresentados como exemplos de iniciativas que geram benefícios sociais e ambientais reais, além de atender aos critérios rigorosos de adicionalidade, permanência, prevenção de vazamentos, prevenção de dupla contagem e verificação independente.
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