Parque infantil de cidade no interior da Bélgica coleta e armazena água da chuva, ajuda a resolver o problema das enchentes e vira modelo de resiliência climática
Playgrounds sempre foram lugares de encontro. Enquanto as crianças brincam, os adultos aproveitam para conversar, descansar, ler um livro ou simplesmente observar os pequenos se divertindo. Mas e se esses espaços de lazer também ajudassem as cidades a lidar com enchentes, criar mais áreas verdes e melhorar a qualidade de vida dos moradores?
Foi exatamente essa pergunta que orientou a transformação de uma área problemática de Kontich, no interior da Bélgica, onde alagamentos frequentes e a dominância do automóvel comprometiam a qualidade de vida dos moradores.
Da ideia à transformação urbana
A prefeitura definiu desde o início que este seria o primeiro projeto do município focado inteiramente na adaptação climática urbana – uma abordagem pioneira numa época em que a urgência de antecipar os impactos das mudanças climáticas ao redesenhar ruas centrais ainda era baixa na região de Flandres.
A estratégia combinou inovação técnica com participação comunitária e levou à transformação de um antigo parque infantil em uma ‘praça da água’ que une diversão e resiliência climática.
O espaço ganhou o formato de uma tigela de sopa, com uma colher gigante como brinquedo central. Mas a principal inovação está no subsolo: um reservatório que coleta a água da chuva, armazena e libera gradualmente o excedente por meio de tubulações, evitando alagamentos. Ao redor, valas de infiltração absorvem a água e devolvem vitalidade ao espaço urbano.
Essa transformação integra um redesenho maior de uma via estratégica que conecta o centro de Kontich ao vale do rio Edegemsebeek.
A mudança não foi simples. Moradores questionaram, políticos hesitaram e técnicos duvidaram. Afinal, como convencer uma comunidade a abraçar o novo quando o antigo parecia funcionar para alguns?
Participação comunitária
A resposta veio na forma de diálogo.
Desde o planejamento, moradores da região participaram das decisões. Até um conselho formado por crianças teve voz na escolha dos brinquedos e no desenho do espaço. Com uma abordagem inovadora e participativa, a prefeitura integrou sistemas de drenagem pluvial, ciclovias seguras e novos espaços de convivência ao longo da via.
Com as mudanças, as enchentes ficaram no passado, os ciclistas e os pedestres ganharam mais segurança, as crianças passaram a ter um espaço mais divertido e estruturado para brincar e a região ganhou mais áreas verdes e espaços de convivência.
Esse projeto se tornou alicerce e catalisador para a continuidade de uma política de adaptação climática e para a renovação de outras áreas de Kontich. Hoje, a Edegemsesteenweg é referência de como redesenhar o espaço urbano e combater os efeitos das mudanças climáticas unindo inovação técnica, participação social e qualidade de vida.
“Podemos ver que funciona”, resume Willem Wevers, vereador de Kontich. “Quem precisar de inspiração para convencer pessoas é sempre bem-vindo para ver nossos exemplos”, conclui.
Leia também:
Guia orienta prefeitos e prefeitas a preparar cidades para a emergência climática
Conheça a nossa plataforma de curadoria e treinamento B2B sobre impacto, ESG e regeneração
O Farol da Economia Regenerativa é uma solução de curadoria de conteúdo sobre ESG, sustentabilidade, impacto e regeneração. Funciona como um programa de aprendizado contínuo e é planejado sob medida para sua equipe e organização.
O Farol oferece palestras, treinamentos, notícias, tendências, insights, coberturas internacionais e uma curadoria exclusiva para a sua organização e seu time navegarem pelos temas mais urgentes da nossa era. Conheça o Farol e entre em contato para agendarmos uma conversa.