Já imaginou viver em um país em que a prioridade número um do governo é o bem-estar da população?
Essa é a proposta de Islândia, Escócia e Nova Zelândia, países membros da Wellbeing Economy Alliance (Aliança da Economia do Bem-estar, em tradução livre).
Segundo Nicola Sturgeon, primeira ministra escocesa, o objetivo deste grupo é desafiar o enfoque a respeito da avaliação limitada do PIB. Em palestra no TED Summit 2019, ela declarou:
“Crescimento econômico é importante, mas não é tudo o que importa. Não devemos buscar crescimento do PIB a todo ou a qualquer custo. O objetivo da política econômica deveria ser o bem-estar coletivo: o quanto uma população é feliz e saudável e não apenas o quanto é rica.”
Mas, para Katrin Jakobsdottir, primeira ministra da Islândia, o trabalho da rede não deve se restringir aos países e organizações membros. Na visão dela, todos os governantes, de todos os países, deveriam colocar métricas sociais e ambientais à frente do PIB.
Em uma reunião da cúpula da OTAN realizada recentemente em Londres, Katrin destacou que novos indicadores são necessários para buscar o que ela descreve como “um futuro alternativo baseado no bem-estar e no crescimento inclusivo”.
O desaparecimento da geleira Okjökull foi, de acordo com Katrin, um fator-chave para seu governo incorporar indicadores sociais em seu planejamento orçamentário. Porém, verdade seja dita: não deveríamos esperar mais catástrofes naturais acontecerem para promover as mudanças necessárias para garantir a sobrevivência do planeta – e da humanidade –, não é mesmo?
Os desafios enfrentados pela ONU para atingir os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável, por exemplo, já deveriam provocar essas transformações…
– ODS 1 e 2: Erradicação da pobreza e Fome zero e Agricultura Sustentável
– ODS 3: Saúde para todos
Este foi o questionamento que Nicola Sturgeon buscou responder em sua palestra no TEDSummit 2019.
Nos pouco mais de nove minutos em que esteve no palco, ela falou, dentre outras coisas, sobre as limitações do PIB como indicador de sucesso de um país.
“O PIB avalia o resultado de todo o nosso trabalho, mas não fala nada a respeito da natureza desse trabalho, se é válido ou gratificante. Atribui um valor, por exemplo, ao consumo de drogas ilegais, mas não à assistência médica gratuita. Valoriza a atividade a curto prazo que impulsiona a economia, mesmo que essa atividade seja extremamente prejudicial à sustentabilidade do nosso planeta a longo prazo”, analisou.
Foi com base nessas reflexões, aliás, que a Escócia iniciou, em 2007, uma transição em seu processo de avaliação de desempenho.
Atualmente, o país britânico propõe uma abordagem mais ampla e que atribui a mesma importância ao combate à desigualdade e à competitividade econômica, analisando indicadores tão variados quanto a desigualdade de renda, a felicidade das crianças, o acesso a áreas verdes e moradias.
Nicola reforça que nenhuma dessas métricas é representada nas estatísticas do PIB. Porém, todas são fundamentais para uma sociedade saudável e feliz. “Quero, e estou determinada, a garantir que a Escócia seja o país que ajude a mudar o enfoque de países e governos em todo o mundo para colocar o bem-estar na essência de tudo o que fazemos”, conclui.
Quer saber mais sobre o que a Escócia – e os demais países da Aliança da Economia do Bem-estar – propõem? Recomendo que assista à palestra de Nicola, na íntegra (e com legendas em português):
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