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O papel das empresas para garantir igualdade de gênero durante a pandemia de Covid-19

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Entenda como o setor privado pode contribuir para o avanço da igualdade de gênero e conheça algumas instituições que estão agindo para garantir que as mulheres tenham seus direitos garantidos durante a crise de Covid-19.

Este conteúdo faz parte da série Pandemia de Covid-19 e os ODS. Clique aqui e confira todos os artigos sobre o impacto dessa crise na Agenda 2030 já publicados.   

No quinto artigo da série sobre o impacto da pandemia de Covid-19 no progresso dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, mostramos como essa crise está evidenciando e, em alguns casos, agravando ainda mais a desigualdade de gênero global. 

  • As mulheres são maioria entre profissionais de saúde que estão diretamente expostos aos riscos de contaminação.
  • O isolamento social pode ser uma ameaça para meninas e mulheres que vivem em condições de abuso. Afinal, contribui para aumentar a violência doméstica e, ao mesmo tempo, dificulta a denúncia.
  • As mulheres são as mais prejudicadas no mercado de trabalho – especialmente as que atuam no mercado informal.
  • E são elas, aliás, que mais se sobrecarregam com o aumento do trabalho doméstico e de cuidado dos filhos…
  • Além disso, a suspensão ou diminuição dos serviços de saúde sexual e reprodutiva durante a pandemia pode gerar um aumento no número de gestações indesejadas, doenças sexualmente transmissíveis e problemas por complicações no parto.

Ou seja, os efeitos sociais e econômicos da pandemia de Covid-19 afetam de maneira especialmente dura a população feminina!

Nesse cenário, qual é o papel do setor privado e como as empresas podem contribuir para o avanço da igualdade de gênero – durante e depois da pandemia? 

É disso que se trata este artigo. Continue a leitura e conheça exemplos inspiradores nesse sentido. 

As empresas e o avanço da igualdade de gênero durante a pandemia

Garantir a proteção e o acesso equitativo a oportunidades para mulheres e meninas é papel de todos – governos, empresas e sociedade – e precisa estar no centro das respostas de recuperação dessa crise.

A igualdade de gênero e os direitos das mulheres são essenciais para superar essa pandemia, recuperar-se mais rapidamente e construir um futuro melhor para todos”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Para o poder privado, essa é uma questão relevante porque está diretamente relacionada à reabilitação e ao desenvolvimento do mercado durante e após essa crise. 

A ONU Mulheres alerta, por exemplo, que a violência contra mulheres e meninas aumentará o impacto econômico da Covid-19. Afinal, antes da pandemia, o custo global da violência contra as mulheres havia sido estimado em aproximadamente US$ 1,5 trilhão. Porém, esse número só aumentara à medida que a violência também cresce por conta da pandemia.

Indo além, estima-se que o alcance das metas do ODS 5 tem o potencial de adicionar entre US$ 12 e 28 trilhões na economia global – representando um crescimento de 12%. Na América Latina o crescimento econômico gerado pela paridade de gênero pode chegar a 14%.

Então, o que as empresas podem fazer para contribuir com essas metas? Estas são algumas possibilidades:

  • Ter uma participação ativa para garantir que homens e mulheres tenham oportunidades iguais no mercado de trabalho.
  • Assegurar que as mulheres sejam tratadas de maneira justa e com equidade em seus processos internos.
  • Agir para assegurar o apoio necessário a vítimas de abuso e se posicionar a respeito do problema. 
  • Promover ou apoiar programas focados no empoderamento feminino.
  • No contexto da pandemia, garantir a segurança e o acesso a serviços de saúde para as mulheres também pode ser uma forma de contribuir para o avanço da igualdade de gênero.

Já existem muitas empresas trabalhando para fazer com que mulheres em vulnerabilidade (psicológica, social e econômica) tenham seus direitos garantidos durante a crise de Covid-19. Caso, por exemplo, das três que apresentamos a seguir. Acompanhe!

Danone

igualdade de gênero
Imagem: Aliança Empreendedora

Em parceria com a Aliança Empreendedora, a Danone desenvolveu o projeto Kiteiras, um programa de venda porta a porta com foco no desenvolvimento profissional de mulheres de comunidades menos favorecidas. Segundo a empresa, em 2019, o Kiteiras injetou cerca de 11 milhões de reais nas comunidades brasileiras, com a venda de mais de 2.400 toneladas de iogurtes. 

Contudo, durante a pandemia, muitas das participantes do programa tiveram suas rendas prejudicadas. Para apoiar as empreendedoras, a Danone está oferecendo o Auxílio Kiteiras 2020, uma iniciativa que vai beneficiar mais de 2 mil Kiteiras que estão sendo impactadas econômica e socialmente pela pandemia.    

Bloom Famílias

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Essa é uma startup de impacto social que usa tecnologia para transformar a relação entre adultos e crianças, famílias e empresas. Do planejamento familiar, passando pela licença-maternidade, à volta ao trabalho e aos primeiros anos de vida da criança, a Bloom atua como parceiro estratégico de organizações para que elas possam ajudar seus colaboradores na jornada da parentalidade. Em meio à pandemia, em que muitas famílias e empresas tiveram que aprender a conciliar a vida doméstica com o trabalho remoto, esse serviço pode ser uma ajuda e tanto.

A startup já atendeu mais de 30 mil famílias, e beneficia as mulheres de diferentes formas: 

  • Aceleração da igualdade de gênero. O apoio das empresas à família favorece o desenvolvimento profissional das mães e a participação dos pais nas tarefas e cuidados em casa.
  • Atração e retenção de talentos. Metade das mães brasileiras deixa o mercado de trabalho até dois anos após a licença-maternidade. O apoio contínuo nos desafios diários familiares e profissionais fortalece a relação da empresa com as colaboradoras e diminui o turnover.
  • Promoção da saúde e do bem-estar. Educação e orientação que promovem o cuidado consciente, reduzindo os custos com saúde na gestação, parto, pós-parto e primeiros anos de vida da criança.

Natura &Co + parceiros

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Por meio do Instituto Avon, o grupo Natura &Co (que contempla as marcas Avon, Natura, The Body Shop e Aesop) desenvolveu o programa Você Não Está Sozinha. O projeto traz um plano de ações coordenadas em parceria com mais de 10 instituições da iniciativa privada, da sociedade civil e do setor público com o objetivo de mitigar os impactos do isolamento na vida de mulheres e meninas por meio da prestação de serviços essenciais para cidadãs em situação de violência. 

A iniciativa, que oferece diversas ferramentas para denúncias e também apoio e acolhimento a vítimas de abuso em isolamento social, tem o objetivo de trazer visibilidade para o problema da violência doméstica durante a pandemia.

Estas são algumas das ações envolvidas nesse projeto: 

  • WhatsAppBot. Uma assistente virtual que ajuda as mulheres a entenderem se estão passando por situações de violência, dá informações sobre centros de atendimentos, delegacias da mulher, hospitais, abrigos e qualquer outro tipo de apoio necessário para auxiliá-las durante a pandemia. 
  • Auxílio transporte. Corridas gratuitas (pelo aplicativo Uber) para mulheres que enfrentam dificuldade para pedir ajuda por não conseguirem se deslocar para uma delegacia, hospital ou para algum serviço de proteção e acolhimento de mulheres.  
  • Apoio material. Doação de cestas básicas a mulheres em situação de violência, alta vulnerabilidade e com necessidades básicas alimentares.
    Além disso, o Instituto Avon criou um fundo de emergência para revendedoras e executivas de vendas destinado ao apoio material e financeiro em alta vulnerabilidade.  
  • Rede de apoio psicológico e jurídico para mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Conexão entre mulheres em busca de atendimento e uma rede de psicólogas e advogadas voluntárias especializadas em violência contra as mulheres, disposta a atendê-las.  
  • Fundo de emergência para abrigos provisórios e casas de passagem. Doação de recursos para casas de passagem em São Paulo, Amazonas, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará e Pernambuco para acolher mulheres e crianças em situação de risco. 

Mete a colher

Essa é uma startup tecnológica que atua no combate à violência contra as mulheres. A empresa tem um aplicativo que conecta mulheres que precisam de ajuda com outras mulheres que desejam ajudar de forma voluntária.

Além disso, a Mete a colher também oferece serviços treinamentos corporativos sobre empoderamento feminino e violência doméstica, trabalhando a sensibilização, a orientação e a prevenção de abusos. E ainda, visando aumentar a igualdade de gênero na área de tecnologia, a startup realiza workshops introdutórios sobre programação para meninas e mulheres em empresas e escolas. 

Causas para apoiar 

Além de se inspirar nos negócios acima para criar iniciativas voltadas à igualdade de gênero, outra forma de contribuir para o avanço das mulheres em diferentes áreas é apoiando ONGs que atuam diretamente nessa causa.

Os dois projetos listados abaixo são exemplos de como o apoio a ONGs pode contribuir para que o ODS 5 continue evoluindo, mesmo durante a pandemia.

Mapa do Acolhimento

Esta rede de solidariedade conecta mulheres que sofrem ou sofreram violência de gênero a psicólogas e advogadas dispostas a ajudá-las de forma voluntária.

No contexto da pandemia do coronavírus, em que as mulheres estão mais expostas à violência doméstica, essa é uma plataforma fundamental para garantir a segurança e o apoio às vítimas de abuso.

A ajuda a esse projeto pode ser feita em forma de doações mensais ou por meio do trabalho voluntário, caso você atue na área de psicologia ou advocacia.

Clique aqui e saiba mais.


Cufa – Mães da favela

igualdade de gênero e pandemia

O projeto Mães da Favela ajuda famílias lideradas por mulheres que tiveram seu sustento afetado pela pandemia. Até o momento, o programa já beneficiou cerca mais de um milhão de famílias, em 5 mil comunidades. Ao todo, 4,7 milhões de pessoas foram beneficiadas com 15 milhões de toneladas de alimentos. 

Para apoiar o projeto, é possível fazer doações em dinheiro, que será revertido para a compra de cestas básicas. Empresas também podem doar produtos de necessidades básicas. 

☞ Clique aqui e saiba mais.


Todos juntos pela Agenda 2030 – e pela igualdade de gênero

Depois de ler os dados e as informações relacionados ao impacto da pandemia nas mulheres, fica claro como a desigualdade de gênero está sendo agravada com a crise social, econômica e sanitária que estamos enfrentando.

Então, mais do que nunca, agir para atingir as metas do quinto objetivo da Agenda 2030 se torna ainda mais necessário – não somente para superar esse momento difícil, mas, principalmente, para construirmos um futuro mais igualitário e resiliente para mulheres e meninas. 

É inegável que este e vários outros ODS sofreram/estão sofrendo com a crise gerada pelo novo coronavírus. Porém, iniciativas como as que apresentamos aqui (e nos demais artigos desta série) mostram que é possível unir forças e, um passo por vez, chegar mais perto de atingir os objetivos traçados pela ONU. 

Por fim, queremos que as histórias apresentadas e as reflexões propostas por aqui o ajudem a encontrar formas de fazer a sua parte – seja individualmente, apoiando causas que apoiam e empoderam mulheres e meninas, ou por meio de ações empresariais focadas nessa causa.

Com mais igualdade de gênero, estaremos mais preparados para enfrentar desafios futuros! 


Conhece ou trabalha em uma empresa que está agindo para amenizar o impacto da crise da Covid-19 no ODS 5? Deixe um comentário com sua indicação ou entre em contato conosco. Essa é uma lista viva e poderá ser atualizada com as suas sugestões.

Veja mais exemplos de empresas que estão agindo para amenizar os impactos da pandemia:

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Francine Pereira

Jornalista, especializada em criação de conteúdo digital. Há mais de 10 anos escrevo sobre tendências de consumo, inovação, tecnologia, empreendedorismo, marketing e vendas. Minha missão aqui no A Economia B é contar histórias de empresas que estão ajudando a transformar o mundo em um lugar mais justo, igualitário e sustentável.

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