Entenda a importância dos relatórios de sustentabilidade e conheça boas práticas para desenvolver relatórios éticos e transparentes
A demanda dos consumidores por mais transparência nas empresas e a busca por mais informações para guiar as decisões de compra não é algo novo.
Tudo começou com os sites de comparação de preço, em que as pessoas podiam descobrir qual marca estava cobrando menos por algo que desejavam comprar.
Quando a experiência se tornou mais importante que o preço em si, destacaram-se as redes sociais e plataformas de avaliações, onde consumidores podem detalhar experiências de compra.
Anos depois, a nova geração passou a exigir um posicionamento mais responsável das empresas em relação a questões socioambientais. Então, as marcas começaram a comunicar suas boas práticas nesse sentido.
Agora, mais do que informações soltas – que muitas vezes não refletem a realidade ou omitem dados relevantes sobre os impactos das organizações –, as pessoas querem uma comprovação real do que os negócios estão fazendo para assumir a responsabilidade sobre seus impactos.
Neste sentido, o levantamento Tendências Globais de Consumo 2022: O que os consumidores querem e por que – agora, em breve e no futuro, realizado pela consultoria Mintel, aponta que:
“Os consumidores passaram da fase de apenas quererem que as marcas sejam éticas e estão demandando ações mensuráveis, transparentes e consistentes. As empresas precisam se certificar de que práticas éticas não são apenas uma consideração, mas uma parte permanente do seu modelo de negócios e estratégia de longo prazo.”
Com preocupações crescentes sobre uma série de questões – desde segurança alimentar e fornecimento ético até segurança de dados e viés de algoritmos –, o levantamento explica que os consumidores querem saber mais sobre os produtos/serviços e também sobre as marcas das quais compram.
Inclusive, a pesquisa da Mintel revela que 68% dos consumidores brasileiros concordam que é importante buscar informações sobre as práticas de uma empresa (não só sobre os produtos e serviços) antes de comprar dela.
Para que as marcas possam atender essa demanda dos consumidores, a Mintel recomenda a utilização de métricas que reflitam com precisão os problemas que elas estão tentando resolver. Afinal, se uma empresa não está medindo adequadamente o que pretende consertar ou mudar, é difícil determinar se há progresso, quanto mais comunicar esse progresso de uma maneira que os consumidores entendam.
É nesse contexto que os relatórios de sustentabilidade têm ganhado relevância e cada vez mais atenção das empresas.
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Como medir e comunicar os impactos socioambientais das empresas de maneira transparente e ética em relatórios de sustentabilidade
Diante de um cenário em que os consumidores exigem um posicionamento mais transparente e responsável das organizações – e demandam a comprovação de suas ações –, muitos negócios precisam adaptar não somente seus processos e operações, mas também a maneira como informam ao público o que estão fazendo para resolver os problemas que se propõem a ajudar a solucionar.
O relatório de sustentabilidade é uma das ferramentas mais importantes nesse sentido. Afinal, esse documento ajuda as empresas a comunicarem suas ações de responsabilidade socioambiental.
Em resumo, um relatório de sustentabilidade é um documento público que reúne informações e dados relevantes em relação aos impactos mais significativos de uma organização em diferentes áreas socioeconômicas e ambientais.
Contudo, assim como acontece com outras estratégias de comunicação nas áreas socioambientais, é preciso estruturar essas informações de maneira responsável e transparente, garantindo que não haja “maquiagem”, exagero ou omissão em relação às ações das empresas – práticas conhecidas como greenwashing ou purpose washing.
Criar diretrizes e padrões globais para o desenvolvimento desse tipo de relatório é uma maneira de garantir a credibilidade das informações. E é justamente com esse foco que a Global Report Initiative (GRI) atua.
GRI é uma organização internacional e independente que ajuda empresas, governos e outras instituições a desenvolverem estratégias para medir e comunicar de maneira responsável seus impactos socioeconômicos e ambientais. Para isso, a entidade oferece uma linguagem comum global para comunicar esses impactos: os chamados padrões GRI, que são as referências mais utilizadas para a produção de relatórios de sustentabilidade.
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Princípios GRI para o desenvolvimento responsável e ético de relatórios de sustentabilidade
Os padrões GRI servem como um guia na elaboração dos relatórios de sustentabilidade. Eles ajudam a identificar os impactos das operações da organização sobre o meio ambiente, economia e sociedade civil, indicando como uma empresa contribui ou visa contribuir para o desenvolvimento sustentável.
O objetivo dessas regras é fornecer informações confiáveis, relevantes e padronizadas para que as empresas avaliem oportunidades e riscos a partir desses impactos e tomem decisões mais embasadas sobre o assunto.
“Os Padrões GRI permitem que uma organização divulgue publicamente seus impactos mais significativos na economia, meio ambiente e pessoas, incluindo impactos em seus direitos humanos, e como a organização gerencia esses impactos. Isso aumenta a transparência sobre os impactos da organização e aumenta a responsabilidade organizacional.”
A regra número um dos padrões GRI diz respeito à aplicação dos oito princípios fundamentais para garantir a credibilidade e a transparência dos relatórios de sustentabilidade. São eles:
A organização deve relatar informações corretas e suficientemente detalhadas para permitir uma avaliação dos seus impactos.
Para aplicar o princípio de precisão em seus relatórios de sustentabilidade, as organizações precisam:
- Relatar informações qualitativas consistentes, com as evidências disponíveis e outras informações relevantes;
- Indicar quais dados foram medidos;
- Descrever adequadamente as análises dos dados e as bases para os cálculos realizados, e garantir que seja possível replicar medições e cálculos com resultados semelhantes;
- Assegurar que a margem de erro para mensuração de dados não influencie inadequadamente as conclusões ou avaliações dos leitores;
- Indicar quais dados foram estimados e explicar as suposições e técnicas utilizadas para a estimativa, bem como quaisquer limitações das análises realizadas.
A organização deve relatar as informações de forma imparcial e fornecer uma representação justa dos impactos negativos e positivos de suas operações.
Para aplicar o princípio de equilíbrio em seus relatórios de sustentabilidade, as organizações precisam:
- Apresentar informações de uma forma que permita que os leitores consigam interpretar as tendências negativas e positivas nos impactos ano a ano;
- Não omitir informações relevantes sobre seus impactos negativos;
- Distinguir claramente entre os fatos e a interpretação dos fatos pela organização;
- Não enfatizar demais as notícias ou impactos positivos;
- Não apresentar informações de uma forma que possa influenciar ou direcionar as conclusões ou avaliações do público.
A organização deve apresentar as informações de maneira acessível e de fácil entendimento.
Para aplicar o princípio de clareza em seus relatórios de sustentabilidade, as organizações precisam:
- Considerar as necessidades específicas de acessibilidade do público, associadas a habilidades, linguagem e tecnologia;
- Apresentar os dados e o conteúdo de forma que os usuários possam encontrar as informações que desejam sem esforço excessivo. Por exemplo, por meio de índice, mapas ou links;
- Apresentar informações de maneira que elas possam ser compreendidas por usuários que tenham um conhecimento razoável da organização e de suas atividades;
- Evitar abreviações, termos técnicos ou outros jargões que provavelmente não sejam familiares aos usuários. Caso seja inevitável utilizá-los, incluir explicações relevantes nas devidas seções ou em um glossário;
- Relatar informações de forma concisa e agregar conteúdo e referências extras quando forem relevantes, sem omitir detalhes necessários;
- Usar gráficos e tabelas de dados para tornar o conteúdo mais acessível e compreensível.
A organização deve selecionar, compilar e relatar informações de forma consistente para permitir uma análise das mudanças nos impactos da empresa ao longo do tempo e uma análise desses impactos em relação aos de outros negócios.
Para aplicar o princípio de comparabilidade em seus relatórios de sustentabilidade, as organizações precisam:
- Apresentar informações para o período atual e pelo menos dois períodos anteriores, bem como quaisquer metas que tenham sido definidas;
- Usar métricas internacionais aceitas (como, por exemplo, quilogramas, litros) e fatores e protocolos de conversão padrão, quando aplicáveis, para compilar e relatar informações;
- Manter consistência nos métodos usados para medir e calcular dados e explicar os métodos e suposições utilizados;
- Manter consistência na maneira de apresentar as informações;
- Relatar números totais ou dados absolutos (como, por exemplo, toneladas métricas de CO2 equivalente). bem como proporções ou dados normalizados (por exemplo: emissões de CO2 por unidade produzida) para permitir comparações – fornecendo notas explicativas quando utilizar proporções;
- Fornecer informações contextuais (por exemplo, tamanho da organização, localização geográfica) para ajudar os leitores a entenderem os fatores que contribuem para as diferenças entre os impactos da organização e os impactos de outras empresas;
- Apresentar as divulgações atuais junto com as reformulações de dados históricos para permitir comparações se houver mudanças nas informações relatadas anteriormente. Isso pode incluir mudanças na duração do período de relato, nas metodologias de medição, nas definições utilizadas ou em outros elementos da análise. Os padrões GRI exigem que a organização relate qualquer tipo de reformulações de informações;
- Se não forem fornecidas reformulações de dados históricos, explique as alterações, oferecendo informações contextuais que ajudem a interpretar as divulgações atuais.
A organização deve fornecer informações suficientes para permitir uma avaliação dos impactos da organização durante o período do relatório.
Para aplicar o princípio de integralidade em seus relatórios de sustentabilidade, as organizações precisam:
- Apresentar atividades, eventos e impactos que ocorram no período do relatório. Isso inclui relatar informações sobre atividades que têm um impacto mínimo no curto prazo, mas um impacto cumulativo razoavelmente previsível que pode se tornar inevitável ou irreversível no longo prazo (como, por exemplo, atividades que geram poluentes bioacumulativos ou persistentes);
- Não omitir informações necessárias para que se possa entender com plenitude os impactos da organização. Quando as informações estão incompletas, a organização é obrigada a especificar qual parte está faltando.
A organização deve fornecer informações sobre seus impactos em um contexto mais amplo de desenvolvimento sustentável.
Para aplicar o princípio de contexto de sustentabilidade em seus relatórios, as organizações precisam:
- Basear-se em informações objetivas e medidas autorizadas sobre o desenvolvimento sustentável para relatar informações sobre seus impactos. Por exemplo: pesquisa científica ou consenso sobre os limites e demandas impostas aos recursos ambientais;
- Relatar informações sobre seus impactos em relação às metas e condições de desenvolvimento sustentável. Por exemplo, relatar o total emissões de gases de efeito estufa (GEE), bem como reduções nas emissões, tendo como referência as metas estabelecidas no Acordo de Paris – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas;
- Relatar informações sobre seus impactos em relação às demandas da sociedade e expectativas de conduta empresarial responsável, estabelecidas em instrumentos intergovernamentais autorizados (por exemplo, Diretrizes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico; Princípios Orientadores da ONU sobre Empresas e Direitos Humanos) e outros instrumentos reconhecidos específicos do setor, locais, regionais ou globais;
- Se estiver operando em vários locais, relatar informações sobre seus impactos em contextos regionais. Por exemplo, informando o uso total de água, bem como o uso de água em relação aos limites sustentáveis e ao contexto social de determinadas bacias hidrográficas.
A organização deve relatar as informações em um cronograma regular e disponibilizá-las a tempo para que o público possa tomar decisões a partir delas.
Para aplicar o princípio de pontualidade e consistência em seus relatórios de sustentabilidade, as organizações precisam:
- Encontrar um equilíbrio entre a necessidade de disponibilizar as informações em tempo hábil e garantir que as informações sejam de alta qualidade e atendam aos padrões e princípios GRI;
- Garantir consistência na duração dos períodos analisados e relatados;
- Indicar o período coberto pelas informações relatadas.
A organização deve coletar, registrar, compilar e analisar informações de tal forma que os dados e o conteúdo possam ser examinados para estabelecer sua qualidade.
Por fim, para aplicar o princípio de verificabilidade em seus relatórios de sustentabilidade, as organizações precisam:
- Estabelecer controles internos e organizar a documentação de tal forma que outras pessoas além daquelas que preparam as informações relatadas (por exemplo, auditores internos, provedores de garantia externa) possam revisá-los;
- Documentar os processos de tomada de decisão envolvidos no relatório de sustentabilidade, permitindo a verificação das principais decisões e processos;
- Se a organização desenvolve sistemas de informação para seu relatório de sustentabilidade, deve desenvolver esses sistemas de forma que possam ser examinados como parte de um processo de garantia externa;
- Ser capaz de identificar as fontes originais das informações relatadas e fornecer evidências confiáveis para apoiar suposições ou cálculos;
- Ser capaz de fornecer representação das fontes originais das informações relatadas, atestando a precisão dos dados dentro de margens de erro aceitáveis;
- Evitar incluir informações que não sejam fundamentadas por evidências, a menos que sejam relevantes para entender os impactos da organização;
- Fornecer explicações claras de qualquer incertezas associadas às informações listadas.
Para mais informações sobre os padrões e os princípios GRI, acesse o site da entidade e confira os recursos disponíveis.
Recomendações TCFD: divulgação de riscos e oportunidades relacionadas ao clima em relatórios de sustentabilidade
Além da demanda dos consumidores por mais transparência em relação aos impactos socioambientais das marcas, as empresas também sofrem pressão de investidores, que cada vez mais querem entender como as organizações estão agindo diante dos desafios globais. Afinal, no mercado financeiro, a divulgação de informações relevantes sobre as ações das empresas é algo fundamental para guiar as decisões de executivos e investidores.
Levando em conta o cenário atual de mudanças climáticas e seus impactos nas organizações, para apoiar as empresas nesse sentido, o FSB (Financial Stability Board – em tradução livre, Conselho de Estabilidade Financeira) criou a Força-Tarefa de Divulgação Financeira Relacionada ao Clima (em inglês: Task Force on Climate-Related Financial Disclosures ou TCFD).
A TCFD estabelece recomendações para a divulgação de informações claras, comparáveis e consistentes sobre os riscos e oportunidades apresentados pelas mudanças climáticas.
As recomendações de publicações da TCFD giram em torno de quatro áreas: governança, estratégia, gestão de riscos e indicadores e metas.
A análise em todas essas áreas tem o objetivo de garantir que a consideração de questões relacionadas ao clima seja adequadamente incorporada em todos os processos de governança, estratégia e gerenciamento de risco da organização e refletida de forma transparente.
De acordo com a TCFD:
“A adoção dessas recomendações garantirá que os efeitos das mudanças climáticas sejam rotineiramente considerados nas decisões de negócios e investimentos. Além disso, essas recomendações também ajudarão as empresas a demonstrarem melhor sua responsabilidade e visão de futuro ao considerar as questões climáticas, o que levará a uma alocação de capital mais inteligente e eficiente, facilitando a transição para uma economia mais sustentável e de baixo carbono.”
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Estas são as quatro recomendações da TCFD que podem ser amplamente adotadas para divulgações financeiras relacionadas ao clima em organizações de todos os setores:
Divulgar a governança da companhia sobre riscos e oportunidades relacionados às mudanças climáticas.
Divulgações recomendadas:
- Descreva como o Conselho supervisiona os riscos e oportunidades relacionados às mudanças climáticas.
- Detalhe o papel do Conselho na avaliação e gestão de riscos e oportunidades relacionados às mudanças climáticas
Divulgar os impactos reais e potenciais de riscos e oportunidades relacionados às mudanças climáticas sobre o negócio, a estratégia e o planejamento financeiro da organização, sempre que tais informações forem relevantes.
Divulgações recomendadas:
- Comunique os riscos e as oportunidades referentes às mudanças climáticas que a organização identificou no curto, médio e longo prazos.
- Liste os impactos dos riscos e as oportunidades referentes às mudanças climáticas sobre os negócios, a estratégia e o planejamento financeiro da organização.
- Descreva a resiliência da estratégia da organização, considerando diferentes cenários de mudanças climáticas, incluindo um cenário de 2°C ou menos.
Divulgar como a organização identifica, avalia e gerencia os riscos relacionados às mudanças climáticas.
Divulgações recomendadas:
- Informe os processos utilizados pela organização para identificar e avaliar os riscos relacionados às mudanças climáticas.
- Indique os processos utilizados pela organização para gerenciar os riscos relacionados às mudanças climáticas.
- Explique como os processos utilizados pela organização para identificar, avaliar e gerenciar os riscos relacionados às mudanças climáticas são integrados à gestão geral de riscos da organização.
Divulgar as métricas e as metas utilizadas para avaliar e gerir riscos e oportunidades relacionados às mudanças climáticas sempre que tais informações forem relevantes.
Divulgações recomendadas:
- Informe as métricas utilizadas pela organização para avaliar os riscos e oportunidades relacionados às mudanças climáticas de acordo com sua estratégia e seu processo de gestão de riscos.
- Informe as emissões de gases de efeito estufa de Escopo 1, Escopo 2 e, se for o caso, Escopo 3, e os riscos relacionados a elas.
- Descreva as metas utilizadas pela organização para gerenciar os riscos e oportunidades relacionados às mudanças climáticas, e o desempenho com relação às metas.
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Dois conceitos importantes na elaboração de relatórios de sustentabilidade
💨☀️ Mensuração das emissões dos gases de efeito estufa
O protocolo GHG é um pacote de padrões, orientações, ferramentas e treinamentos para que empresas e governos mensurem e gerenciem as emissões responsáveis pelo aquecimento global.
Esse protocolo indica que existem três principais escopos de emissões, que variam de acordo com a origem e o nível de controle dessas emissões.
Escopo 1: Emissões diretas de GEE
Emissões de fontes que pertencem ou são controladas pela organização. Ou seja, encaixam-se aqui, por exemplo, as emissões de combustão em caldeiras, fornos, veículos da empresa ou por ela controlados, emissões da produção de químicos em equipamentos de processos que pertencem ou são controlados pela organização, emissões de sistemas de ar-condicionado e refrigeração, entre outros.
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Escopo 2: Emissões indiretas de GEE de energia
Diz respeito às emissões provenientes da aquisição de energia elétrica e térmica que é consumida pela empresa. A energia adquirida é definida como sendo aquela que é comprada ou então trazida para dentro dos limites organizacionais da empresa.
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Escopo 3: Outras emissões indiretas de GEE
Engloba todas as outras emissões indiretas. As emissões do Escopo 3 são uma consequência das atividades da empresa, mas ocorrem em fontes que não pertencem ou não são controladas por ela.
Dentre as atividades de Escopo 3 estão, por exemplo:
- Extração e produção de matérias-primas e outros materiais realizados por outra empresa, mas utilizados nos processos da empresa que está elaborando o inventário;
- Transporte de colaboradores da empresa em meios não controlados pela mesma;
- Emissões relativas ao uso final de bens de consumo vendidos pela empresa inventariada.
Levar em consideração esses escopos na gestão de sustentabilidade da empresa, medindo e comunicando as emissões reais do negócio em cada uma dessas fontes, demonstra o compromisso da organização em efetivamente avaliar seus impactos para criar ações de mitigação e reparação climática.
Saiba mais: Especificações do Programa Brasileiro GHG Protocol
🎯🧪 Metas baseada na ciência (Science-based targets)
A iniciativa Science-based Targets (SBTi) – ou Metas Baseadas na Ciência – é um movimento global que fornece um caminho claramente definido para empresas e instituições financeiras reduzirem as emissões de gases de efeito estufa (GEE), ajudando a prevenir os piores impactos das mudanças climáticas e o crescimento sustentável dos negócios.
Metas podem ser consideradas “baseadas na ciência” se estiverem alinhadas com o que a ciência climática mais recente considera necessário para cumprir as metas do Acordo de Paris – limitando o aquecimento global a 1,5°C, prevenindo os piores efeitos das mudanças climáticas.
Ao incluir essas metas em sua gestão de sustentabilidade, a empresa mostra que está efetivamente comprometida em diminuir e/ou zerar suas emissões, contribuindo para evitar desastres climáticos resultantes do aquecimento global – sobre o qual o poder privado tem uma enorme responsabilidade.
Saiba mais: sciencebasedtargets.org
Baixe o Estudo B #1: COMO CRIAR E EXECUTAR UMA AGENDA CLIMÁTICA
Um guia de tendências, cases e insights para empresas que buscam compreender as transformações nos negócios decorrentes da urgência climática e inovar a partir disso.
Quer saber mais sobre relatórios de sustentabilidade?
Desenvolver um relatório de sustentabilidade com responsabilidade, transparência e ética é um trabalho complexo, que exige dedicação e compromisso de longo prazo.
Empresas resilientes e preparadas para o futuro já sabem que medir e comunicar com clareza seus impactos não é apenas uma opção, mas o único caminho para se manter relevantes no mercado, conquistar a confiança dos stakeholders e, acima de tudo, garantir um futuro sustentável para todos.
No próximo artigo sobre esse tema, traremos reflexões e dicas de especialistas nessa área. Além disso, apresentaremos alguns relatórios de sustentabilidade que são boas fontes de inspiração.
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