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E se os combustíveis fósseis não fossem subsidiados?

Seus investimentos financiam combustíveis fósseis?
Foto de Nik na Unsplash

Campanha da maior plataforma de mídia para ação climática do mundo incentiva pessoas e empresas a deixarem de financiar combustíveis fósseis. Conversamos com o CEO da We Don’t Have Time para entender o que está por trás dessa ação

O interesse de Ingmar Rentzhog em estudar as mudanças climáticas surgiu quando ele se tornou pai. Nesse processo, não demorou muito para o sueco entender a urgência das questões climáticas e perceber o quanto o setor privado – especialmente o mercado financeiro, em que ele trabalhava – estava distante de conversas e ações necessárias.

Incomodado com isso, ele decidiu mudar de carreira. “Em vez de comunicar sobre um fundo de pensão, eu queria comunicar sobre mudanças climáticas”, conta.

Ingmar deixou uma carreira sólida no mercado financeiro para criar uma plataforma de conteúdo e uma comunidade para reunir pessoas e organizações interessadas em compartilhar conhecimento, promover debates e inspirar ações climáticas.

A We Don’t Have Time foi lançada oficialmente um dia após Donald Trump ser eleito presidente dos Estados Unidos, em 2016. “Naquele dia, ficou claro para mim que nossos líderes mundiais não resolverão a crise climática para nós”, lembra.

Hoje, a We Don’t Have Time se posiciona como a maior plataforma de mídia para ação climática do mundo. Sua missão é “democratizar o conhecimento sobre soluções climáticas e mobilizar pessoas para um futuro próspero e livre de combustíveis fósseis”.

Ingmar Rentzhog
Foto: João Guilherme Brotto

Ativismo climático, na prática

Além do conteúdo, a We Don’t Have time lidera ações de ativismo climático.

A campanha Move The Money, por exemplo, convida pessoas e organizações a deixar de financiar a indústria de combustíveis fósseis.

Participar da iniciativa é um ato simbólico e aberto a todos, mas a ação vai além do storytelling porque vem acompanhada de conteúdos complementares que orientam pessoas, empresas e investidores institucionais a efetivamente movimentarem o dinheiro.

“Precisamos escalar as soluções ao mesmo tempo em que precisamos parar de fazer o que é errado. A maioria das empresas do setor financeiro ainda está investindo em combustíveis fósseis. Então, o que um indivíduo e as empresas podem fazer é movimentar o dinheiro. Identificar se seus investimentos estão em bancos que dão crédito para a indústria de combustíveis fósseis e transferir seus recursos para bancos que não estão fazendo isso. Dessa forma, deixamos de financiar a indústria de combustíveis fósseis e passamos a investir na transição verde, onde é necessário”, explica Ingmar Rentzhog.

Leia também: Bancos destinaram quase US$ 7 trilhões a combustíveis fósseis desde o Acordo de Paris

Seus investimentos financiam combustíveis fósseis?

Durante o ChangeNOW 2024, que aconteceu em Paris, tive a oportunidade de entrevistar Ingmar.

No vídeo que você assiste a seguir, ele detalha o que o motivou a se tornar um ativista climático e comenta algumas ações da We Don’t Have Time para expor o greenwashing e conscientizar pessoas sobre o destino de seus investimentos.

Além de ser uma boa história sobre um ativista climático, traz questionamentos importantes e uma mensagem otimista.

*Entrevista e imagens gravadas durante o ChangeNOW 2024, em Paris. O texto da entrevista foi editado para melhorar a compreensão.

Assista também: Asa branca e as histórias que emocionam e impulsionam (transform)ações climáticas

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João Guilherme Brotto

Cofundador de A Economia B, jornalista, MBA em Desenvolvimento Sustentável e Economia Circular e Multiplicador B do Sistema B Brasil. Baseado na Espanha, estou sempre viajando pela Europa para cobrir eventos e festivais de sustentabilidade, ESG, impacto e regeneração com o objetivo de levar conteúdos exclusivos para nossos leitores e clientes.

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